No início de 2024, a equipe econômica do governo alertou o Congresso Nacional sobre a possibilidade de perda de receita devido à extensão da desoneração da folha de pagamentos até 2027, que poderia atingir R$ 80 bilhões. Para mitigar esse impacto, o governo decidiu limitar os descontos de PIS/Cofins concedidos às empresas. Essa medida visa recuperar cerca de R$ 15,8 bilhões. A estratégia é parte de um esforço maior para equilibrar as finanças públicas enquanto mantém os incentivos à contratação de empregados, fundamental para a economia.
A desoneração da folha de pagamentos permite que as empresas paguem uma alíquota menor sobre a folha de salários, em vez da contribuição previdenciária tradicional. Esse incentivo fiscal beneficia setores intensivos em mão de obra, como o de tecnologia da informação, call centers, e confecções. No entanto, a extensão dessa política exigiu do governo a busca por compensações fiscais para evitar um grande déficit.
O ajuste nos descontos de PIS/Cofins, imposto sobre a receita bruta de empresas, afetará vários setores, forçando uma revisão das suas estratégias de planejamento tributário. A equipe econômica do governo argumenta que essa mudança é necessária para manter a sustentabilidade fiscal e continuar financiando programas sociais e investimentos públicos.
Além disso, a limitação dos descontos de PIS/Cofins faz parte de uma série de medidas fiscais propostas pelo governo para aumentar a arrecadação sem aumentar diretamente as alíquotas dos impostos. A ideia é fechar brechas e corrigir distorções no sistema tributário, garantindo uma distribuição mais equitativa da carga tributária.
Essa mudança gera discussões no meio empresarial, que teme um aumento nos custos operacionais e possíveis impactos negativos na competitividade e na geração de empregos. O governo, no entanto, defende que as medidas são equilibradas e visam a longo prazo criar um ambiente fiscal mais estável e previsível, essencial para o crescimento sustentável da economia.