"A ideia de um tribunal internacional dedicado exclusivamente a litígios ambientais não é nova, mas hoje ela se reveste de uma urgência inadiável". A declaração é da ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Nancy Andrighi, que propôs a candidatura do Brasil para sediar o Tribunal Climático Internacional, preferencialmente na Amazônia brasileira.

A defesa da proposta se deu durante evento com empresários, na manhã desta quarta-feira (11), em Brasília. Para Andrighi, não é apenas uma questão de prestígio, é também um posicionamento estratégico e tem implicações diretas para os negócios brasileiros e para o futuro do desenvolvimento sustentável.
A ministra lembrou a crescente urgência das questões climáticas, cujos impactos já são sentidos em cadeias de valor, na gestão de riscos e nas expectativas de investidores e consumidores.
Segundo a magistrada, diversas nações já perceberam a importância estratégica de liderar nessa área. A França e, mais recentemente, a Áustria manifestaram interesse em sediar essa nova corte internacional, demonstrando o peso e a relevância que tal instituição carregará.
"Para o Brasil, apresentar-se como sede não é apenas uma candidatura, é uma afirmação. É a chance de posicionar nosso país em igualdade com as nações desenvolvidas, que historicamente sediam os principais organismos internacionais. É a oportunidade de mostrar ao mundo que temos a maturidade e a capacidade para liderar em temas globais complexos", defendeu.
A ministra do STJ espera que a proposta concreta seja apresentada na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2025 (COP30), em novembro, em Belém do Pará.